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Como Usar o Tesouro Direto para Alcançar Metas Financeiras

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Estamos a poucos dias de 2026. E, a essa altura, a pergunta já não é mais “o que você fez?”, mas o que pretende fazer daqui para frente. O passado serve como aprendizado, não como âncora. Ele mostra o que funcionou, o que precisa ser ajustado e, principalmente, o que não deve ser repetido. O futuro, por sua vez, será consequência direta das decisões tomadas a partir de agora, sobretudo no campo financeiro.

Se você ainda não estruturou seus planos financeiros para o próximo ano, este é o momento. Não porque o calendário mudou, mas porque decisões financeiras exigem tempo para maturar, e tempo é um ativo que não pode ser recuperado.

Para cada meta, um plano diferente

Antes de investir, você precisa separar seus objetivos por prazo, não por formalidade, mas por eficiência. Metas de curto prazo exigem liquidez, as de médio prazo pedem previsibilidade e metas de longo prazo demandam crescimento real. Misturar esses horizontes costuma levar a resgates prematuros, perda de rentabilidade e frustração.

Para objetivos de curto prazo, não há motivo para sofisticação excessiva. CDBs com liquidez e que paguem 100% do CDI ou o Tesouro Selic cumprem bem esse papel. Buscar retornos elevados para um dinheiro que será usado em breve costuma gerar mais risco do que benefício.

Um bom planejamento financeiro demanda foco ajustado e energia concentrada no que realmente fará diferença, A meta de curto prazo não é onde está o ouro da sua carteira. O verdadeiro motor de crescimento patrimonial está nas metas de médio e longo prazo. É nelas que o tempo e os juros compostos trabalham a favor do investidor.

Estratégias para o médio prazo 

Metas de médio prazo, em geral, são aquelas que você pretende realizar num intervalo entre 3 e 6 anos. Trocar de carro, fazer um intercâmbio, uma viagem longa ou dar entrada em um imóvel são exemplos comuns.

Aqui, a previsibilidade é fundamental. Títulos do Tesouro Prefixados ou Tesouro IPCA + com vencimentos mais curtos tendem a ser escolhas adequadas, desde que alinhados ao prazo e ao valor da meta.

Tesouro Pré-fixado

Com a taxa Selic em 15% ao ano, maior patamar desde 2006, o mercado já projeta cortes graduais ao longo de 2026. Nesse cenário, travar uma taxa prefixada para um percentual de sua carteira pode ser interessante.

Se a queda dos juros se confirmar, o investidor garante uma rentabilidade acima da média futura. O ponto de atenção está na inflação: se ela surpreender negativamente, o ganho real pode ser comprometido.

Por isso, mais importante do que a taxa em si é saber qual rentabilidade mínima sua meta exige e se o prazo do título está alinhado a ela.

Tesouro IPCA+ (vencimentos curtos)

Títulos IPCA + protegem da inflação, preservando o poder de compra. Para metas de médio prazo, isso reduz o risco de frustração financeira. 

Atualmente, o título do Tesouro IPCA + com vencimento mais curto é o 2029, que no momento em que escrevo este artigo tem uma taxa de IPCA + 7,98% a.a. É uma taxa competitiva dentro do contexto de mercado, mas a decisão final deve considerar a necessidade específica da meta que você vai atrelar ao título.

Recomendo muito que você use o simulador de investimentos disponível no site do Tesouro Direto, e se você é membro da Comunidade Mira, pode projetar suas metas na plataforma e ela irá te ajudar a escolher o tipo de investimento ideal

Dica importante: para médio prazo, evite os títulos com cupom semestral, a menos que você precise do dinheiro para viver agora. O pagamento de juros semestrais antecipa o Imposto de Renda, o que reduz o efeito dos juros compostos.

Estratégias para o longo prazo

Metas de longo prazo envolvem significativo volume de recursos e, portanto, precisam de mais tempo para se viabilizar. Custear faculdade dos filhos, renda para aposentadoria, mudar de país, atingir a independência financeira, são exemplos de metas que demandam crescimento patrimonial relevante.

Aqui vale um disclaimer: estratégias de longo prazo se beneficiam da diversificação, com presença predominante da renda variável, que tem maior potencial de turbinar o seu crescimento patrimonial. Como o foco neste artigo é Tesouro Direto, preciso alertar que ele deve ser entendido como parte da alocação, não como estratégia única.

Tesouro IPCA+

Os títulos IPCA + são os “queridinhos” para quem investe em Tesouro Direto para longo prazo. Ao investir nele, você garante um ganho real. Independentemente do nível de inflação, você sempre receberá a inflação + a taxa contratada (ex: IPCA + 7%). 

Tesouro RendA+

Com foco na aposentadoria, o Tesouro RendA+ permite acumular recursos ao longo dos anos e, a partir do vencimento, receber uma renda mensal por 20 anos, corrigida pela inflação.

Esses títulos têm vencimentos entre 2030 e 2065. Dessa forma, é possível você estruturar um plano de aposentadoria combinando títulos com vencimentos diferentes. Um título com vencimento em 2030, por exemplo, irá garantir renda até 2049. Para continuar recebendo depois disso, você precisa ter o Renda 2050 que irá pagar mensalmente até 2069 e assim sucessivamente

No site do Tesouro Direto é possível fazer inúmeras simulações para montar o planejamento que melhor atenda seu plano de renda extra na aposentadoria.

Tesouro Educa+

O Tesouro Educa+ segue lógica semelhante ao RendA+, porém, com pagamentos mensais por cinco anos. Embora a sugestão seja o seu uso para custeio educacional, ele não precisa se limitar a isso.

Suponha, por exemplo, que você pretenda ficar 5 anos sem trabalhar para se dedicar a algum projeto pessoal como acompanhar a primeira infância de um filho, empreender, escrever um livro, fazer um sabático, enfim, qualquer projeto pessoal que demande dedicação exclusiva. Você pode investir no Educa+ correspondente ao ano em que você deseja iniciar seu projeto e, dessa forma, garantir uma renda para essa fase da vida.

Títulos do tesouro têm oscilação

Há um conceito muito importante que você precisa entender antes de investir. O preço dos títulos, com exceção do Tesouro Selic, oscila diariamente.

Essa oscilação reflete a chamada marcação a mercado, que nada mais é do que o preço atual do título. Se você carregar até o vencimento, receberá exatamente o que contratou. Se vender antes, pode ganhar muito mais do que o esperado (se os juros caírem) ou até perder dinheiro (se os juros subirem).

Marcação a mercado nada mais é do que o “preço de hoje” do título, ou seja, o valor pelo qual o título poderia ser vendido neste exato momento, se você decidisse sair antes do prazo.

Como funciona a marcação a mercado 

Quando você compra um título, você trava uma taxa. Se, depois disso, o mercado passa a oferecer juros menores do que os que você garantiu lá atrás, o seu título fica mais valioso. Afinal, ele paga melhor do que os novos. Resultado? O preço sobe. 

Se acontecer o contrário e os juros subirem, seu título antigo fica menos atraente, e o preço unitário do título cai. Isso não significa prejuízo real, a não ser que você venda antes do vencimento. Se levar até o fim, o Tesouro paga exatamente o que foi combinado no dia da compra.

Esse sobe e desce aparece principalmente nos títulos prefixados e nos Tesouro IPCA +, porque eles têm uma taxa fixa embutida. Já o Tesouro Selic quase não oscila, justamente porque acompanha de perto a taxa básica da economia. 

O ponto central para o investidor iniciante é entender isso: a marcação a mercado não é risco escondido, é transparência. Ela só mostra que, no meio do caminho, o preço varia. No vencimento, o combinado é cumprido.

O segredo para investir bem usando Tesouro Direto 

Investir com eficácia no Tesouro não significa acertar “o melhor título” ou adivinhar o próximo movimento da Selic. Ninguém tem bola de cristal e também não é necessário ter. 

Respeitar prazos, tolerância ao risco, precificar corretamente cada uma de suas metas e manter a disciplina de aportes é o que fará diferença em sua estratégia e dará previsibilidade e segurança.

Quando você alinha metas com os títulos corretos, não se assusta com oscilações e, o mais importante, passa a usar o tempo a seu favor, pois saberá quando priorizar liquidez, quando travar taxa, quando proteger poder de compra e quando aceitar volatilidade em troca de crescimento.

No fim, enriquecer não é sobre decisões brilhantes e pontuais, mas sobre boas decisões repetidas ao longo do tempo. E o momento de começar raramente é perfeito, mas quase sempre é agora.

Eduardo Mira é investidor profissional, analista CNPI-T (Apimec), mestrando em Economia, com MBAs em Gestão de Investimentos, Análise de Investimentos e Educação Financeira, empresário, sócio do Clube FII e do Grana Capital, escritor e educador financeiro com cursos que já formaram mais de 50 mil alunos. Está nas redes sociais como @professormira

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